quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Estudo de Cambridge revela que "os precursores da vida poderiam ter surgido do nada"

Por Matt Essert.

Uma das questões mais desafiadoras em biologia básica e história da evolução é como a vida provém da origem desconhecida das primeiras células de bilhões de anos atrás. Apesar de muitas peças do quebra-cabeça terem sido montadas, esta história de origem permanece um tanto obscura. Mas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cambridge acreditam ter encontrada acidentalmente uma resposta bem convincente.

Descoberta: por meio de testes de rotina de controle de qualidade, um pesquisador que trabalha com Markus Ralser, que acabara de se tornar o principal pesquisador do projeto, se deparou com sinais do processo metabólico, onde, para todos os efeitos, não deveria ter ocorrido. Até agora, grande parte da comunidade científica em geral concordou que esse ácido ribonucleico, ou RNA, foi o primeiro bloco de construção da vida, pois produz enzimas que poderiam catalisar sequências complexas de reações, tais como ação metabólica. No entanto, o laboratório de Ralser encontrou os produtos finais do processo metabólico sem qualquer presença de RNA. Em vez disso, os resultados indicam que as reações complexas e formadoras de vida como essa podem ocorrer espontaneamente dadas as condições adequadas, e que são surpreendentemente simples.

“As pessoas têm dito que essas vias parecem tão complexas que não poderiam formar pela química ambiental sozinha”, disse Rasler para New Scientist. “Este primeiro experimento mostra que é possível criar redes metabólicas na ausência de RNA.”

Teste: Como a equipe de Rasler basicamente tropeçou em seus resultados iniciais, eles repetiram o processo várias vezes e foram agradavelmente surpreendidos com os resultados bem sucedidos da repetição. Portanto, levaram as coisas para o próximo nível, Rasler começou o Departamento de Ciências da Terra de Cambridge para determinar se estes processos poderiam ter ocorrido no Oceano Arqueano.

“No início, tínhamos esperança de encontrar uma reação ou duas talvez, mas os resultados foram surpreendentes”, disse Ralser. “Nós poderíamos reconstruir duas vias metabólicas quase inteiramente.”

Se estas vias metabólicas estavam ocorrendo na ausência de RNA em condições ricas com ferro e outros metais e fosfato, parece cada vez mais provável que os precursores da vida poderiam ter literalmente surgido do nada e formado espontaneamente de maneira do qual não se acreditava.

Sugestão: “Acho que este paper tem conotações realmente interessantes para as origens da vida”, diz Matthew Powner na University College London. “Para as origens da vida, é importante entender de onde vem as moléculas de origem.”

A equipe de Rasler foi a primeira a mostrar que os precursores da vida poderiam literalmente vir do nada. É claro que, na comunidade científica, este poderia ser um grande avanço, embora que ainda seja apenas uma parte de um quadro geral que ainda está se formando através de anos de pesquisa contínua. No entanto, estes resultados também poderiam desempenhar um papel potencialmente importante no debate da evolução versus criacionismo. Um dos supostos buracos frequentemente cutucados pelos criacionistas é a complexa e difícil ideia de explicar como os precursores da vida poderiam ter surgido do nada. No entanto, estes resultados indicam que algo a partir do nada pode não ser uma ideia tão absurda como se acreditava.

Artigo publicado por Matt Essert na Mic, com o título, Cambridge Study Reveals How Life Could Have Started From Nothing. 2014.


Nota: Será mesmo que a evolução química seria viável ao nível molecular, formando a primeira forma de vida, com base nesse estudo acima? Muito bem, essa primeira forma de vida deveria ter os seguintes requisitos pra ser uma vida propriamente dita (veja a probabilidade disso acontecer assistindo à palestra do Dr. Marcos Eberlin - químico da Unicamp - logo abaixo): 1. essa primeira forma de vida teria que ter uma membrana de dupla camada resistente a flutuações de temperatura; 2. Membrana capaz de capturar energia externa; 3. Mecanismo capaz de encapsular blocomoléculas AAs, RNA, DNA, peptídeos, açúcares, lipídeos...; 4. Canais de filtros proteicos; 5. Síntese de macromoléculas; 6. Replicação de macromoléculas; 7. Código de replicação + código de especiação; 8. Mecanismo de subdivisão da membrana; 9. Transmitir informação para o(a) filho(a).

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