quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Deputado quer ensino do criacionismo nas escolas do Paraná

Projeto do deputado Artagão Júnior (PMDB) propõe que seja incluído no currículo da rede estadual de ensino “conteúdos sobre criacionismo”, a teoria religiosa que nega a evolução das espécies e defende que Deus criou os animais e plantas da forma como é descrito na Bíblia. A proposta estava na pauta de ontem da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná. Mas a votação foi adiada porque os parlamentares aguardam um parecer da Secretaria Estadual de Educação sobre a proposta, que deve voltar à pauta da CCJ na terça-feira que vem.

Na defesa da proposta, o parlamentar afirma que os estudantes ficam confusos ao aprender na escola o evolucionismo (a teoria científica oficial) e na igreja o criacionismo. “Ensinar apenas o evolucionismo nas escolas é ir contra a liberdade de crença de nosso povo”, justifica Artagão no texto do projeto.

Laicidade

A proposta já havia sido apresentada pelo deputado em 2007, mas acabou arquivada. “Não estou impondo nada nem dizendo o que é certo ou errado. Mas é importante a discussão de um tema em que a grande maioria da população acredita”, afirma Artagão. Para ele, o projeto não fere a laicidade do Estado. Segundo o deputado, não há nada que garanta que a teoria da evolução realmente ocorreu (a ciência [evolucionista], porém, assegura que a teoria já foi corroborada [note que aqui se refere à evolução no sentido da "microevolução", que dá para comprovar em laboratório, mas não da "macroevolução", que depende de interpretações subjetivas e não pode ser corroborada empiricamente. A palavra "evolução" é muito elástica e tem muitos significados]). Por isso não haveria motivos para que o criacionismo não seja discutido pela comunidade escolar.

Outros deputados têm visão semelhante. “Desde que a escola inclua também visões não teístas, não vejo problema”, diz o deputado Péricles de Mello (PT), ex-presidente da Comissão de Educação da Assembleia. “Justamente pelo fato de o Estado ser laico, ele pode contribuir com o diálogo religioso.” Péricles, porém, é contra a obrigatoriedade do ensino religioso e defende que os temas escolhidos para discussão com os alunos sejam definidos por um conselho.

Papa

A Igreja Católica tem posição favorável ao ensino do evolucionismo. Em uma declaração no fim do mês passado, o Papa Francisco afirmou que a teoria da evolução está correta e não é incompatível com a crença religiosa. O papa disse o mesmo sobre a teoria do Big Bang da criação do universo. [Isso se deve pelo fato de que a Igreja Católica não aceita a literalidade do livro de Gênesis, mas que entra em controvérsia, pois outros livros da Bíblia citam os relatos de Gênesis como fatos reais, tanto no Velho como no Novo Testamentos, além do fato da Igreja Católica ignorar as próprias palavras de Jesus ao citar Adão como uma pessoa real, o Dilúvio como um fato histórico e a criação do mundo em seis dias literais, sendo Ele próprio o Criador (João 1:1-3)... ou seja, é como se o papa estivesse chamando Jesus de mentiroso... Aí fica difícil, papa Francisco...]

Fonte: Gazeta do Povo

Nota: É uma boa proposta, mas, no geral, não há professores preparados para ensinar o criacionismo. O fariam de forma distorcida. Melhor continuar somente em escolas confessionais, como o Colégio Adventista. Sou professor da Rede Pública de Ensino do Paraná e já fui professor da Rede Adventista de Ensino, sei o que digo. A maioria das pessoas acredita que Deus criou o mundo, mas na hora de apoiar a ideia, muitos são enganados pelo argumento da "laicidade" do Estado, que, na verdade, deveria ser o principal argumento pra propor o ensino tanto do Evolucionismo como do Criacionismo e do Design Inteligente. Um aluno aprende melhor ao comparar as propostas possíveis. Apresentar somente uma e esconder outras, é ditadura na educação. E os evolucionistas sinceros apoiam o que escrevo. Que vença a melhor teoria. Enquanto não houver professores preparados pelas universidades sobre o tema, de forma adequada e sem preconceito, não seria digno o ensino do criacionismo nas escolas, pois a maioria dos professores só iriam fazer um desfavor a essa cosmovisão. Eu, como professor da Rede Pública, não ensino o criacionismo por ser proibido pela ditadura evolucionista, mas ensino o evolucionismo de uma forma crítica, conforme prevê a própria LDB e Currículo Básico para a Educação no Paraná, sem mencionar a Bíblia ou Deus, ou ainda o criacionismo, discuto os pontos positivos (ex.: a "microevolução") e negativos (ex.: a "macroevolução" e a origem espontânea da vida) da teoria da evolução, em suas variantes cosmológica, geológica e biológica. Poderia escrever mais sobre outros aspectos da notícia acima, mas fiquemos por aqui. [Prof. André Luiz Marques]

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